A cidade de Hong Kong, que fica na China, há mais de 20 anos ganha o prêmio de melhor lugar do mundo para fazer negócios, oferecido pela Heritage Foundation. Ano passado os Estados unidos perdeu o décimo lugar na lista dos vencedores para ocupar o décimo segundo posto, e agora tenta absorver um pouco da sabedoria oriental sobre a arte de fazer negócios.
Sendo assim, embora ainda tenhamos muito chão a percorrer para chegar entre os mais bem vistos e respeitados negociantes do planeta, faz bem admirar e aprender com este país também. E se, os americanos se inspiram na qualidade dos japoneses, por que deveríamos nós, nos inspirar somente nos americanos?
3 lições de Hong Kong para incentivar o empreendedorismo do Brasil
1. Na China há menos burocracia para a abertura ou fechamento de empresas e contas jurídicas
É claro que a cidade possui uma estrutura muito melhor do que a do Brasil em relação à tecnologia e respeito ao próximo, mas a facilidade com que se é possível abrir ou fechar uma empresa no país, surpreendeu até mesmo o empresário americano Joshua Steimle. Segundo Joshua, com a penas 200 dólares foi possível para ele incorporar a sua empresa californiana na China e configurar uma conta bancária em menos de 1 hora sem que ele precisasse estar no país. O único documento exigido para a realização destas transações foi o seu visto, e o mesmo documento único documento lhe foi pedido quando chegou ao país e precisou configurar a conta.
No Brasil, são exigidos o cadastramento da pessoa jurídica, que consta de um formulário com as informações da empresa (CNPJ, endereço, relação do imóvel…), a relação de faturamento da empresa, e, uma relação com os principais fornecedores e clientes. Este último é exigido apenas para empresas com um faturamento anual acima de 1 milhão de reais. Achou muita coisa? Pois tem mais! Comprovante de inscrição da situação cadastral pelo governo, documentos dos sócios (CPF, comprovante de residência, certidão de casamento, comprovante de renda, e, em alguns casos exige-se uma procuração e relação de bens.
Há gerentes que preferem nem abrir uma conta jurídica para clientes que estão começando um negócio novo, uma vez um gerente chegou a aconselhar um amigo sobre o quanto uma conta jurídica poderia ser um negócio muito sério! Sem contar que por aqui, fechar uma empresa pode ser mais complicado ainda.
2. Em Hong Kong não há imposto sobre ganho de capital
Como todos sabemos o Brasil é o país dos impostos, mas os americanos também reclamam muito desta situação por lá, o que não nos deixa mais consolados, porém, serve para destacar o fato de que os chineses cobram menos impostos de suas empresas. Lá, o imposto sobre o ganho de capital não é cobrado, o que atrai mais e mais investidores e desenvolve a cidade.
3. As pessoas de Hong Kong desfrutam de um ótimo padrão de vida
As empresas são atraídas para a cidade de Hong Kong por que sabem que podem contar com uma boa infra estrutura, boas estradas, bons hospitais, e boas universidades, capazes de oferecer cada vez mais profissionais competentes para atuarem como seus funcionários, ou seja, tudo o que elas precisam para se desenvolverem com sucesso e de forma rápida. Hong Kong incentiva o empreendedorismo na região investindo em infraestrutura, educação e qualidade de vida de seus cidadãos, um belo exemplo a ser seguido.
Espero que um dia o Brasil possa se tornar um bom lugar para fazer negócios, com menos impostos e menos burocracia a exemplo de Hong Kong. Talvez devêssemos seguir aquele que ocupa há anos, o primeiro lugar no ranking mundial.