Mercado de alimentação saudável

De alguns anos pra cá, muito se tem ouvido falar em alimentação saudável, produtos orgânicos, receitas gourmet, e dieta fitness, que obriga o indivíduo que opta por este estilo de vida, conhecer e experimentar receitas com baixo teor de carboidratos e menos açúcar. Isso significa, menos alimentos industrializados e gordura processada. Todos, elementos encontrados em receitas de famosas redes especializadas em lanches rápidos. Essa maneira de pensar sobre o que comemos emerge agora, depois de anos de uma suprema dominação de lanchonetes “fast foods” no melhor estilo gorduroso e sem sabor, ao gosto americano.

A cultura americana investiu sobre a comida pouco saborosa, repleta de açúcares, e todo tipo de gordura, para compor a sua rede capitalista de alimentos altamente prejudiciais à saúde do nosso corpo, pelo mundo todo. A maneira como estes alimentos são processados para garantir a eficiência logística e manutenção de suas características, inalteradas, levantou suspeitas sobre o tipo de conservantes que eram utilizados nos mesmos, e o quanto estes, nos faziam mal. Gerando questionamentos e mudando o modo como entendíamos que esses alimentos nos beneficiariam. No Brasil, este tipo de lanche pode ser encontrado em lanchonetes franqueadas e custa caro, mas mesmo assim, as pessoas, por muito tempo, preferiram sacrificar o próprio paladar e dinheiro pelo status de frequentar uma lanchonete como a dos filmes da televisão e dos cinemas.

Porém, recentemente, as pessoas vêm demonstrando uma evolução sobre o conceito de alimentação e, a procura por alimentos frescos, orgânicos e bebidas saudáveis, aumentou 12,3% até 2017, segundo aponta a Euromonitor International.

As lanchonetes tradicionais americanas perceberam esta mudança no bolso, e ainda buscam conquistar este público pela oferta de sanduíches mais bem conceituados no sabor e na qualidade, mas ainda, com alguma dificuldade.

O poder das mídias sociais no segmento de alimentação saudável

Conscientização e recuperação de valores, aliados a perfis famosos no Instagram, de pessoas com estilo de vida saudável, inspiram e motivam milhares de admiradores no momento da mudança para hábitos mais naturais, através do consumo de menos produtos industrializados e, portanto, mais nutritivos.

As hortas urbanas também geraram grande movimentação de pessoas e empresas que optaram por fornecer informação e estrutura para aqueles interessados em iniciar um projeto de horta em casa, horta em vaso, consumo consciente, e, assim por diante. Estas empresas se especializaram em cursos online, venda de sementes, estrutura para hortas verticais, e produtos e ferramentas relacionados ao cultivo caseiro.

Muitas musas fitness, que começaram a introduzir uma dieta com base em baixo carboidrato, acabaram se tornando vegetarianas. Já, segundo os vegetarianos, se houvessem mais opções veganas no supermercado, estes estariam entre suas principais preferências. É possível observar então, uma clara relação entre os produtos e estilo de vida. Este tipo de consumidor está preocupado, ativamente, com a preservação animal e ambiental do planeta.

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A indústria e a agricultura no mercado de alimentos saudáveis

Para a indústria convencional, manter seus altos lucros com a produção de alimentos mais frescos, é basicamente impossível. Há pouco tempo os iogurtes nas prateleiras podiam ser encontrados a custos muito altos para a maioria da população pois, eram naturais e não continham conservantes. Atualmente, os preços baixaram, 100 ml do produto é capaz de ser preservado por meses na sua geladeira, e isso barateia os custos para os supermercados, que repassam para o consumidor. Deste mesmo modo, acontece com inúmeros produtos encontrados à venda. Recentemente, a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, apresentou a proposta de liberação de uma dezena de agrotóxicos para a produção agrícola, com a intenção de o produtor ser capaz de produzir mais, reduzir as perdas, e lucrar também. Porém, diante desta onda natureba, em que o segmento de orgânicos vêm alcançando a preferência do consumidor, já há algum tempo, sua proposta pode esbarrar na legislação de países importadores que não aceitam mais, determinados índices de contaminação por determinados produtos no alimento.

Diante destes empasses, os pequenos agricultores devem se sobressair no mercado de produtos orgânicos, que só tende a crescer. Os produtores de chá, por exemplo, já exportam com mais facilidade, as folhas produzidas e conservadas sem o controle de pragas por agrotóxicos.

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Existe uma certa expectativa para estes pequenos produtores sobre a economia do país. Acontece que a proposta de uma economia liberal defendida pelo atual Ministro da economia, Paulo Guedes, não tem demonstrado tais características até agora, de acordo com algumas de suas medidas. Uma economia liberal defende a menor intervenção do estado sobre a negociação do produto, a exemplo do Mercosul, em que pequenos produtores são capazes de exportar seus produtos para os países da América Latina sem muita burocracia. Mas uma vez que, o ministro se posiciona contra este sistema, isso gera insegurança. Recentemente, os produtores de leite se viram prejudicados pela decisão do Ministro, de retirar a tarifa sobre a importação do leite europeu no Brasil, o que pode não afetar grandes produtores, mas sim, aqueles menores, que terão que arcar com o preço da concorrência, o que pode ser fatal para muitos. Favorecer os grandes produtores não é uma política liberal.

Contudo, a onda de alimentação saudável, pautada em consciência e valores sobre a própria existência e a preservação do planeta, deverá se manter até se estabelecer definitivamente, embora necessite lutar pela sua permanência definitiva.

Bons negócios!